Colisão
No momento certo de uma distracção invulgar
foi fácil para a ironia nos encontrar
onde os contratempos dos nossos passatempos
finalmente se cruzaram inesperadamente.
Não te ouvi travar.
O ruído de um passado silencioso ensurdeceu-me.
Nos segundos pousava apenas uma mão queimada
que escondia a cobardia da mentira
que roubava coragem à verdade desse instante.
Nas horas sinto apenas o teu cheiro.
Não te vi fazer sinal de luzes.
O brilho de um presente renegado cegou-me.
Flutuo na leveza da realidade não vivida
bebo do vazio que sempre existiu
do desejo louco do equilíbrio torto
da eterna sedução da rotina sempre à mão.
Encontrámo-nos numa curva
quando ambos preferimos rectas.
E agora resta o teu abraço em forma de poema
quando já me afasto em pezinhos de lã
no momento certo de uma distracção vulgar
para a dor da tua ausência não acordar.
T - 24-03-2007